Amigos da Xaxá

domingo, 1 de janeiro de 2017

Luto pelo pet

 falecimento de um ente querido, independente da espécie, pode ter um efeito devastador na vida do enlutado. No caso de perda de um pet, ainda há o agravante que os donos precisam lidar com o preconceito de ter sua dor por vezes menosprezada pela sociedade.
Mesmo sendo um período muito pessoal no qual cada indivíduo lida da maneira que sabe e pode, se conhecer e entender o processo do luto pode ajudar a compreender o turbilhão de emoções inerentes à perda.
Em conversa com a psicóloga Maíra Simeão, através de sua sensibilidade ímpar, podemos olhar com mais clareza a um dos momentos mais complexos e dolorosos da vida: a morte.
1. O que é o luto?
O luto é uma reação esperada diante da perda de algo significativo para o indivíduo, onde estão presentes diversas reações emocionais e fisiológicas, geralmente repercutindo nos mais diversos âmbitos da vida do enlutado. De modo geral, pode ser uma experiência bastante dolorosa e desorganizadora, mas é necessária para a superação da perda, e é fundamental que durante esta fase o enlutado possa manifestar seus sentimentos como forma de ir se organizando e se adaptando ás mudanças ocorridas.
2. Quais sentimentos são comuns em pessoas que experienciam o luto (ex.: culpa, negação, raiva e depressão).
São inúmeros os sentimentos que podem eclodir diante de uma perda. Há a negação, onde a pessoa tenta evitar o contato com a perda, não aceitando; há a raiva ou revolta, onde a pessoa se questiona porque isso aconteceu com ela, se ela merecia, etc.; há saudade e a necessidade de buscar e recuperar a figura perdida; há o choque, a depressão e desorganização, culpa, ansiedade, irritabilidade, solidão, desamparo, fadiga, pode vir também o alívio, etc.
Alguns escolhem ter um novo pet logo após a perda. Essa prática ajuda ou é mais um subterfúgio para não viver o luto?
Pode ajudar ou ser uma fuga do sofrimento, não existe uma regra para isto, vai depender de cada caso e é importante analisar qual a verdadeira intenção em ter um novo animal. Ocorre muitas vezes de “oferecerem” um novo bichinho para a pessoa que perdeu seu animal, ou ela própria opta por isto, pensando que assim não sofrerá ou sofrerá menos. Então, se a pessoa vai ou não ter um novo animalzinho, o importante mesmo é ter consciência que rejeitar ou suprimir o luto não auxilia em sua elaboração.